Aulas práticas de robótica desenvolvem autonomia, organização e raciocínio lógico de estudantes
As chamadas tecnologias educacionais têm sido, cada vez mais, grandes aliadas nas metodologias de ensino. No Colégio Politécnico — mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) —, aulas de robótica via maker são oferecidas da educação infantil até o 5º ano do ensino fundamental. Muito além da diversão, a montagem e programação de robôs são eficazes para o desenvolvimento dos alunos.
“A robótica ensina o tempo todo, uma vez que tudo é realizado em grupos com funções determinadas para cada aluno. Trabalhar os grupos colaborativos também melhora a autonomia e o raciocínio lógico das crianças”, explica Mariana Palomero Bruna, professora responsável pelo componente curricular na unidade Alto da Boa Vista. “Em quase todas as aulas, eles precisam montar diferentes protótipos, sendo desafiados a realizar as programações para que esses robôs possam funcionar conforme o comando”, diz Mariana.
Na unidade do colégio localizada no Centro, a professora que ministra as aulas é a Yohanna Menassi Schincariol. Para ela, a robótica auxilia os estudantes a pensar fora da caixinha, uma vez que os colocam à frente de desafios desde cedo. “Apesar de ser divertido, não é fácil como imaginamos. Existem suas nuances”, acrescenta.
Normalmente, as aulas são divididas em duas etapas: a teórica e a prática. No primeiro momento, os alunos, divididos em quartetos, têm contato com o tema abordado no dia por meio do material didático, que utiliza de personagens e histórias para tornar o aprendizado mais lúdico. Já na parte prática, a mais gostosa para eles, acontece a montagem e a programação do protótipo do robô.
Cada integrante do grupo possui uma função: construtor, programador, administrador e líder. Para o aluno do 5º ano, Davi Paraná do Brasil Mazon, de 10 anos, a função mais divertida é a do programador. “Eu gosto muito da tecnologia, é muito legal e existem muitas possibilidades. Antes sentia mais dificuldade, agora eu já entendo melhor”, relata.
O material didático deste ano aborda a temática “arcade”, os famosos jogos de fliperama. O último protótipo desenvolvido, na semana passada, foi um campo de hóquei. A aluna Lívia Magalhães Rocha, de 8 anos, conta que foi muito legal construir os tacos e os gols, pois o desafio era deixá-los bem diferentes. Contudo, a sua montagem favorita foi a fazenda.
“Para a fazenda, nós precisamos construir pessoas, plantas e animais, foi muito legal”, relembra a pequena. “Eu gosto de montar e ver como ficou depois para testar e brincar.”
O aluno do 2º ano, Miguel Samuel do Nascimento Stecker, também de 8 anos, diz que a sua função favorita é a do construtor e os ensinamentos vão além do ambiente escolar. “Eu aprendi a montar os legos que tenho em casa e gosto muito de brincar com os meus amigos”, acrescenta.
Benefícios
As professoras que acompanham os alunos de pertinho diariamente sentem os benefícios. “Um dos principais aspectos que notamos é a coordenação motora. Quando a criança tem o seu primeiro contato com a robótica, ela tenta pegar as peças com a mão inteira, mas, com o passar das aulas, aprende o movimento de pinça com os dedos que, inclusive, auxilia na caligrafia. Normalmente, as letras das crianças ficam melhores”, conta Yohanna.
Mariana, por sua vez, cita a autonomia e o raciocínio lógico: “Como os alunos são desafiados, ajuda muito na visão crítica e questionadora. Além disso, os materiais didáticos sempre ensinam questões de meio ambiente, valores, conteúdos pedagógicos, sempre dentro da faixa etária e do segmento”. (Beatriz Falcão)