Para que o ensino seja realmente efetivo, é preciso acrescentar um elemento especial: a brincadeira
Conhecer os números, explorar conceitos como quantidade, forma e tamanho, desenvolver o raciocínio lógico e compreender o mundo ao redor, tudo isso envolve a matemática, essencial na vida de todo ser humano. E essa aprendizagem deve começar cedo, nos primeiros anos de formação. Mas, para que o ensino seja realmente efetivo, é preciso acrescentar um elemento especial: o brincar, fundamental e complementar na educação infantil.
No Colégio Politécnico Sorocaba, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral, os educadores promovem a linguagem da matemática em todos os aspectos, a partir de experiências lúdicas e significativas que valorizam o aprendizado por meio do brincar. Segundo a instituição, a criança é colocada no centro do processo, atuando como protagonista de sua própria construção do conhecimento.
A professora Pâmela Terezinha Caldeira de Souza Dias é formada há 12 anos e, há 4, trabalha no Politécnico com as turmas da educação infantil. Atualmente, ela introduz a matemática para o Pré I A, com alunos de 4 anos. De acordo com a professora, ela busca maneiras de tornar as aulas leves, tranquilas e divertidas.
“É muito importante trabalhar a matemática na educação infantil, e é essencial que isso aconteça brincando, porque brincar é o que move as crianças. E a gente aprende o que a gente gosta, e criança gosta de brincar, então elas aprendem brincando.”
Uma das maneiras de colocar isso em prática é por meio dos jogos, como a amarelinha. “O mais interessante nesse processo é que as próprias crianças participam ativamente da criação da brincadeira, construindo sua própria amarelinha, escrevendo os números e refletindo sobre as sequências numéricas.”
Outra brincadeira que auxilia no desenvolvimento da matemática é o bingo, pois a criança também pode participar da construção da atividade. “Nós fizemos o jogo do bingo e eles confeccionaram a cartela, escreveram os números. Então, é muito significativo quando a criança participa de toda essa construção do jogo.”
Laís Aguiar Almeida, professora do Pré I B e atuante na profissão há 13 anos, também utiliza o lúdico
para ensinar. “Conseguimos unir os dois, o brincar e a matemática, nesse olhar que a criança tem para o mundo, para as brincadeiras de faz de conta. Então, dentro das brincadeiras, conseguimos classificar, pensar em todos esses conceitos. Os jogos também são muito importantes, pois conseguimos inserir os conceitos da matemática do dia a dia.”
Um bom exemplo, segundo a professora, é a elaboração de uma receita culinária, pois os alunos aprendem sobre quantidades, objetos de medição e passagem do tempo. Já ao brincar de “mercadinho”, os estudantes têm contato com valores e preços. Há ainda situações simples, que ajudam no desenvolvimento e podem ser incorporadas ao cotidiano da sala de aula.
“Outro exemplo simples, mas que fazemos com frequência, é aproveitar as situações do dia a dia, como contar aos colegas presentes, fazê-los refletir sobre quem está faltando, quantos estão faltando, dividir os materiais, organizar os brinquedos por tamanho, por cor, para pensarmos nas formas geométricas. Então, é sempre essa exploração: trazer materiais manipulativos que eles possam tocar, sentir, viver esses exemplos concretos”, explicou Laís.
Protagonismo e diversão
Os jogos e as atividades lúdicas têm um papel fundamental no processo de aprendizagem, pois tornam a matemática mais envolvente, prazerosa e estimulante. Eles favorecem o desenvolvimento do raciocínio lógico, da concentração, da análise e da tomada de decisões ù competências indispensáveis. Além disso, os jogos contribuem para a fixação de conceitos, a resolução de problemas e o fortalecimento do pensamento crítico e criativo dos alunos.
Tudo isso de uma maneira divertida. Segundo as professoras, é possível perceber, na prática, esse desenvolvimento. “Eles adoram, ficam felizes, eles gostam de saber que dia eles estão, que o aniversário está chegando. Então, eles se sentem importantes de ter todas essas informações, de estarem por dentro do que está acontecendo. Normalmente, eles recebem tudo isso muito bem, com muito carinho e adoram fazer e participar de tudo”, conta Pâmela.
“A recepção deles é sempre a melhor possível, porque as crianças estão sempre muito abertas, e essa aprendizagem com esse olhar mais do brincar, de trazer esse lúdico, deixa tudo mais prazeroso para eles, então eles estão sempre muito engajados e animados”, destaca Laís.
A bióloga Sarita Palmeira, 40 anos, é mãe de Mirela Maria Lacerda Palmeira, de 4 anos, aluna do Pré I. Ela acompanha de perto o processo de aprendizagem da filha e afirma que houve um avanço perceptível. “A forma lúdica aumenta a motivação da criança, desenvolve a imaginação, estimula o raciocínio e a criatividade. Na minha opinião, minha filha se desenvolveu bastante, de forma saudável e eficaz. A Mirela adora fazer as lições e, quando estamos em casa, ela gosta de nos ‘ensinar’ tudo o que aprendeu.”
A assistente administrativa Patrícia Navarro Colletti, 42 anos, é mãe de Lucca Navarro Colletti, também de 4 anos e aluno do Pré I. Ela conta que também percebeu mudanças significativas no processo de aprendizagem do filho. “As atividades enviadas para casa têm reforçado bem a matemática, com figuras ilustrativas reforçando o aprendizado.” (Vanessa Ferranti)







